Há uma verdade inconveniente que ninguém gosta de admitir: a espiritualidade não é uma rede de segurança para quem insiste em abraçar o papel de vítima crônica. Sim, eu sei, soa cruel, mas precisamos de um choque de realidade. A ideia de que o universo, os daemons, os anjos, ou qualquer força sobrenatural têm obrigação de intervir para tirar você do buraco onde decidiu se acomodar é uma das maiores farsas que a mentalidade moderna já produziu.
Vamos começar por desmascarar o ponto básico: vitimismo é uma prisão sem muros, mas com uma torre de vigilância interna. Você se vigia, se poda, se julga incapaz. E adivinhe só quem te deu o plano arquitetônico dessa masmorra mental? Narrativas religiosas que dizem que o sofrimento é santo, ideologias políticas que alimentam o "nós contra eles" e até mesmo certas correntes psicológicas que justificam a inércia como "autocuidado". Tudo isso é um coquetel tóxico que embriaga o espírito e mantém sua força vital adormecida.
Imagine um daemon – não uma caricatura de chifres e tridentes, mas um ser de poder bruto, sagacidade e foco – recebendo o chamado de alguém que não consegue sair da cama porque o mundo é injusto. O que você acha que acontece? Esse ser, que se alimenta de determinação e ousadia, simplesmente ignora. Porque no jogo da magia, da espiritualidade ou do caos, quem não joga não ganha. Não se trata de ser cruel, trata-se de respeitar a dinâmica das forças do universo: energia ativa atrai energia ativa. Ponto.
É preciso ser claro: a postura de vítima crônica não é um destino, é uma escolha. É um estado mental alimentado por um circuito fechado de pensamentos e comportamentos. Pior ainda, é um estado convenientemente explorado por sistemas que lucram com sua inércia. Religiões que prometem salvação sem esforço, políticas que cultivam o ressentimento para manipular votos, e gurus que vendem "cura" enquanto dizem que você está quebrado além de qualquer remédio. A cada reforço dessas narrativas, você cava o buraco mais fundo e espera que algum espírito benevolente venha te puxar. Não vai acontecer.
E aqui está a ironia suprema: quanto mais você se afunda no vitimismo, mais atrai o que há de mais baixo na escala vibracional. O que isso significa? Espíritos, energias ou mesmo pessoas que se alimentam de sua fraqueza vão aparecer. E ao invés de ajudar, eles vão ampliar sua dor, porque você não está preparado para comandar, apenas para ser comandado. O universo, na sua imparcialidade brutal, responde ao que você emana. É como entrar em uma floresta gritando por ajuda e atrair lobos porque não conseguiu mudar o tom de desespero na voz.
Rejeite o Papel de Mártir e Tome as Rédeas da Sua Vida, porque libertar-se desse ciclo começa com a rejeição ativa de todas essas narrativas que te condicionaram ao papel de mártir. Isso exige coragem, ação e – pasme – responsabilidade. Sim, aquela palavrinha que tanto evitamos. Parar de culpar o sistema, a família, os amigos ou os "arquétipos maléficos" e começar a entender que, enquanto você não tomar as rédeas da própria vida, nada vai mudar. Nenhum ritual, nenhuma oração, nenhum "desbloqueio energético" vai fazer o trabalho que é exclusivamente seu.
Se você quer que a espiritualidade funcione para você, abandone a postura de vítima agora. Transforme a autopiedade em determinação, a queixa em planejamento, o medo em força. Porque é somente nesse estado de poder pessoal que as forças do universo – sejam elas daemons, anjos ou pura energia do caos – podem olhar para você e dizer: "Agora sim, há algo aqui que vale a pena apoiar." Até lá, nem perca seu tempo. O cosmos não é um terapeuta de plantão e, se você continuar a implorar por ajuda sem se mover, ele vai te ignorar ou, pior, testar os limites do seu sofrimento.
Daemons Não Resgatam Vítimas: Rejeite o Papel de Mártir e Comande Sua Vida. A escolha é sua: ficar no papel de vítima ou levantar-se como alguém digno de atenção espiritual. Mas lembre-se, quanto mais você demora, mais difícil se torna quebrar as correntes invisíveis que você mesmo permitiu que te aprisionassem. Está na hora de parar de pedir piedade ao universo e começar a agir como um verdadeiro co-criador da sua realidade. Porque, no final das contas, ninguém vai salvar você de si mesmo – nem mesmo os daemons.
Comentários
Postar um comentário