A Criação de Servidores Astrais: Uma Jornada pela Magia do Caos e Sua Aplicação Terapêutica e Prática
Os servidores astrais são criações mágicas feitas para alcançar propósitos específicos, funcionando como entidades autônomas que operam segundo intenções estabelecidas pelo magista. Sua prática tem raízes na antiguidade, evoluindo através da magia cerimonial, até se tornar um dos pilares da magia do caos. Vamos explorar profundamente essa prática, desde suas origens até sua aplicação na vida moderna.
História e Contexto
Os servidores astrais surgem de tradições arcaicas, onde entidades eram criadas ou convocadas para propósitos mágicos, como na Goétia ou em textos clássicos de grimórios como o "Grimorium Verum". A prática moderna de criar servidores é popularizada no movimento da magia do caos, liderado por nomes como Peter J. Carroll e Ray Sherwin. Na magia do caos, a criação de servidores é desmistificada, focando no pragmatismo e na simplicidade.
Mais recentemente, Tommie Kelly introduziu os "40 Servidores", um conjunto público de arquétipos prontos para uso, que democratizou ainda mais o acesso a esses recursos mágicos.
A Função Terapêutica dos Servidores
Os servidores astrais podem ser vistos como representações arquetípicas do inconsciente coletivo, tal como discutido por Carl Jung em suas obras sobre arquétipos e símbolos. Quando criamos ou usamos servidores, estamos acessando e reprogramando partes de nossa psique. Isso pode ser usado para:
- Reduzir Ansiedade: Um servidor pode ser programado para absorver preocupações ou manter o magista focado.
- Estímulo à Criatividade: Arquétipos como "O Criador" (da linha de Tommie Kelly) são eficazes para desbloquear barreiras criativas.
- Autoaperfeiçoamento: Servidores podem ser programados para reforçar hábitos positivos ou eliminar vícios.
Como Criar um Servidor Astral
A criação de um servidor envolve planejamento e execução. Aqui está um guia simplificado:
1. Defina a Função
Estabeleça claramente o propósito do servidor. Por exemplo: "Aumentar minha produtividade no trabalho."
2. Desenho e Identidade
- Nome: Escolha um nome que ressoe com sua intenção.
- Sigilo: Crie um sigilo que simbolize a essência do servidor. Técnicas de sigilização podem ser encontradas em grimórios modernos como o "Livro dos Resultados".
3. Estabeleça Limites
Determine o escopo de atuação e a duração da existência do servidor:
- Espaço: Onde ele atua.
- Tempo: Por quanto tempo ele existe.
- Energia: O que o alimenta.
4. Alimentação
O servidor precisa de energia para funcionar. Métodos incluem:
- Meditação e Visualização: Direcione energia a ele.
- Oferendas: Itens simbólicos, como velas ou cristais, podem servir de âncoras.
- Uso e Atenção: Quanto mais interagir com o servidor, mais forte ele se torna.
5. Ativação
Realize um ritual para "dar vida" ao servidor. Pode incluir:
- Um sigilo ativado em um estado de gnose.
- Um pequeno rito de dedicação.
6. Desativação
Quando o servidor cumprir seu propósito, ele deve ser dissolvido para evitar consequências indesejadas. Visualize-o sendo absorvido de volta ao seu inconsciente ou destruído simbolicamente.
Ritual Simplificado
Um exemplo de ritual básico:
- Banimento: Realize um ritual de banimento para limpar o espaço.
- Declaração de Intenção: Declare claramente o propósito do servidor.
- Criação: Concentre-se no sigilo do servidor enquanto visualiza sua forma e propósito.
- Consagração: Utilize um elemento de poder (vela, cristal) para "consagrar" a energia do servidor.
- Ativação: Medite até sentir que o servidor "ganhou vida".
Servidores Públicos e Limites
Ao trabalhar com servidores públicos, como os "40 Servidores", é importante:
- Respeitar Arquétipos: Entenda bem o arquétipo antes de usá-lo.
- Definir Intenções Claras: Mesmo com servidores preexistentes, a intenção deve ser específica.
- Energia e Consentimento: Alimente o servidor através de práticas sugeridas, como uso frequente ou meditação dirigida.
Conclusão
Servidores astrais são uma ferramenta poderosa que mistura magia e psicologia, criando pontes entre o espiritual e o pragmático. Seja para o praticante cético ou místico, eles oferecem um caminho para explorar o inconsciente e moldar a realidade de maneira consciente e responsável.
A criação e o uso de servidores requerem disciplina e intenção clara, mas os resultados podem ser transformadores, tanto no nível pessoal quanto no coletivo.
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