A crença popular de que os suicidas estão automaticamente destinados ao inferno é um conceito que, ao longo da história, ganhou força através de interpretações doutrinárias, mas não possui um respaldo bíblico direto. Na verdade, tal ideia foi moldada por influências filosóficas, culturais e religiosas com o objetivo de moldar comportamentos e reforçar estruturas morais. A partir da lente da Magia do Caos e do Luciferianismo, podemos desconstruir esse paradigma, ampliando as possibilidades de interpretação espiritual e arquetípica.
A Origem do Dogma
A condenação do suicídio como pecado mortal foi promovida por teólogos como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, que, influenciados pela filosofia aristotélica, conectaram o ato ao rompimento da ordem divina e ao mandamento "Não matarás". Contudo, a Bíblia não oferece uma posição clara sobre o destino dos suicidas. A partir dessa lacuna, podemos compreender que o dogma foi mais uma construção de controle social do que uma verdade espiritual absoluta.
Luciferianismo: A Busca pela Luz e o Conhecimento
No Luciferianismo, o suicídio não é visto através de uma ótica condenatória, mas como um fenômeno humano a ser compreendido. Lúcifer, símbolo da iluminação e da liberdade, nos ensina a questionar a moralidade imposta e a buscar nosso próprio entendimento sobre o valor da vida e da morte. Em textos goetianos e grimórios clássicos, há um foco na autorresponsabilidade e no poder de criar o próprio destino.
Magia do Caos: Uma Perspectiva Livre
A Magia do Caos, como definida por Peter Carroll e outros psiconautas, desafia a imposição de verdades absolutas e abraça a pluralidade de possibilidades. O pós-vida, segundo essa perspectiva, é moldado pelas crenças e pela consciência do praticante. Se o suicida estava imerso em um estado de sofrimento extremo, suas energias e arquétipos poderiam ser reestruturados após a morte, direcionando-o para um estado de equilíbrio, e não de punição eterna.
Arquétipos e Reintegração
Carl Jung, ao explorar a sombra e os arquétipos, sugere que a psique humana é uma ponte entre o consciente e o inconsciente coletivo. O suicídio pode ser entendido como uma dissolução do ego em busca de reconexão com o Self. Nesse sentido, os suicidas não são castigados, mas acolhidos no reino das possibilidades arquetípicas para reconfigurar suas energias.
Ritual de Banimento e Elevação com os Elementos Naturais
Objetivo: Purificar, libertar e elevar as almas de suicidas utilizando a força primordial dos elementos naturais (Éter, Ar, Fogo, Água e Terra).
Preparação
Materiais necessários:
- Uma vela roxa (representando a transmutação e a elevação espiritual).
- Incenso de ervas ou resinas purificadoras (como sálvia, mirra ou alecrim) – elemento Ar.
- Uma tigela com água pura ou consagrada – elemento Água.
- Um punhado de terra, areia ou sal grosso – elemento Terra.
- Uma chama acessa (da vela) – elemento Fogo.
- Uma ametista ou cristal transparente (opcional, representando o Éter ou o espírito).
Escolha do local:
- Um espaço limpo e tranquilo, preferencialmente ao ar livre (se possível) ou em um altar preparado com os materiais em forma de círculo.
Intenção:
Antes de iniciar, defina claramente sua intenção em voz alta, por exemplo:
"Neste ritual, purifico e elevo as almas que partiram em sofrimento, conduzindo-as à luz e à harmonia universal."
Passo a Passo do Ritual
- Início: Conexão com o Éter (Espírito)
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Feche os olhos e visualize uma luz branca ou dourada acima de sua cabeça, representando o éter, o espírito universal. Respire profundamente e diga:
"Eu chamo o poder do Éter, o Espírito Divino, para guiar este ritual e trazer equilíbrio às almas perdidas. Que a luz prevaleça sobre a escuridão." -
Segure o cristal (opcional) e visualize essa luz se expandindo ao seu redor, formando um círculo de proteção.
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- Banimento com o Ar (Início do Ciclo Elemental)
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Acenda o incenso e gire-o no sentido horário ao seu redor, traçando um círculo de fumaça. Enquanto faz isso, diga:
"Eu invoco o Ar, o sopro divino que dissipa as trevas. Que este elemento purifique as almas e as liberte do sofrimento, conduzindo-as ao vento da renovação." -
Visualize ventos suaves envolvendo as almas e dissipando energias densas.
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- Transmutação com o Fogo
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Acenda a vela roxa, fixe o olhar na chama e diga:
"Eu invoco o Fogo, a chama da transformação. Queime as dores, os medos e os apegos terrenos. Transforme tudo em luz e calor para guiar as almas ao equilíbrio eterno." -
Imagine as chamas consumindo toda energia pesada, deixando apenas luz e harmonia.
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- Purificação com a Água
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Pegue a tigela com água, mergulhe seus dedos nela e espalhe gotas ao seu redor. Diga:
"Eu invoco a Água, o rio da purificação. Que este elemento limpe toda mágoa e tristeza, purificando as almas e preparando-as para o renascimento na luz eterna." -
Visualize um rio brilhante lavando e purificando as energias ao seu redor.
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- Ancoragem com a Terra
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Pegue o punhado de terra, areia ou sal grosso e deixe cair lentamente no chão. Diga:
"Eu invoco a Terra, o alicerce do equilíbrio. Que este elemento acolha e estabilize as energias, ancorando a harmonia divina e liberando as almas para sua nova jornada." -
Sinta-se conectado ao chão, firme e seguro, enquanto visualiza as almas encontrando paz.
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- Encerramento: União dos Elementos e Elevação
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Junte as mãos ao peito, agradeça aos elementos e diga:
"Agradeço ao Éter, ao Ar, ao Fogo, à Água e à Terra. Que esta energia de equilíbrio e purificação guie todas as almas para a harmonia universal. Que assim seja!" -
Visualize todas as energias dos elementos se fundindo em um vórtice de luz dourada, elevando as almas ao cosmos.
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A Nova Visão do Pós-Vida
A espiritualidade moderna, especialmente na magia do caos, convida-nos a reimaginar o pós-vida de forma compassiva. Ao desconstruir dogmas, permitimos que a alma seja vista não como culpada, mas como parte de um ciclo contínuo de aprendizado e transformação. Que possamos usar a magia para iluminar caminhos de acolhimento, tanto para os vivos quanto para os que partiram.
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