O Natal, com toda sua pompa e misticismo, é celebrado como o nascimento de Jesus Cristo, mas uma análise mais profunda do Novo Testamento e da história das religiões revela uma verdade desconcertante: a narrativa do nascimento de Jesus foi construída para consolidar poder, eliminar concorrências espirituais e se apropriar de tradições mais antigas consideradas "pagãs". Este artigo explora as contradições textuais nos Evangelhos e as conexões intrigantes entre o nascimento de Jesus e mitos anteriores de deuses messiânicos.
Uma Narrativa Fabricada: Contradições nos Evangelhos
Os relatos de Mateus e Lucas, os únicos que mencionam o nascimento de Jesus, divergem em muitos aspectos fundamentais, o que já indica uma fabricação teológica:
Genealogias Conflitantes:
Enquanto Mateus e Lucas traçam a linhagem de Jesus até Davi, suas listas são totalmente diferentes. Essa tentativa de ligar Jesus à linhagem davídica foi claramente uma manobra para legitimá-lo como o Messias prometido.Censo Improvável:
Lucas alega que José e Maria viajaram a Belém por causa de um censo ordenado por César Augusto. Historicamente, esse censo ocorreu em 6-7 d.C., após a morte de Herodes, contradizendo a cronologia apresentada.A Estrela de Belém:
O fenômeno cósmico descrito por Mateus, que guiou os Magos, não é corroborado por nenhuma fonte histórica. Ele parece ser mais um símbolo literário para reforçar a ideia de Jesus como uma figura divina.
O Natal e Suas Raízes Pagãs
A construção da narrativa do nascimento de Jesus também serviu a um propósito mais amplo: substituir cultos e tradições anteriores que reverenciavam figuras divinas ou messiânicas nascidas de forma milagrosa. Vejamos algumas dessas figuras:
Hórus (Egito):
Segundo a mitologia egípcia, Hórus nasceu da virgem Ísis após a morte de Osíris. Ele era visto como um salvador e símbolo de luz, muito semelhante à forma como Jesus foi retratado.Mitra (Pérsia e Roma):
Mitra, uma divindade associada à luz e ao sol, era celebrado em 25 de dezembro. Seu culto era popular entre os romanos, e seu nascimento de uma virgem também é um paralelo direto à narrativa de Jesus.Dionísio (Grécia):
O deus grego do vinho e da alegria, Dionísio, era frequentemente associado a milagres e renascimentos. Sua história inclui aspectos de divindade encarnada e comunhão com seus seguidores.Tammuz (Mesopotâmia):
Tammuz, o deus da vegetação e da renovação, também tinha uma narrativa de morte e renascimento que ecoa as histórias associadas a Cristo.
A Estratégia da Igreja: Apagar e Reasssignificar
A Igreja primitiva, consciente da força dessas narrativas pagãs, adotou uma abordagem dupla:
- Apagar: Condenou cultos anteriores como heréticos ou demoníacos.
- Reasssignificar: Incorporou elementos desses cultos ao cristianismo, atribuindo-os a Jesus. Assim, datas como 25 de dezembro, originalmente ligadas ao solstício de inverno e festividades de Mitra e Saturno, foram apropriadas como o "Natal de Cristo".
O Papel da Magia e do Ocultismo na Desconstrução
A magia, especialmente a magia do caos, oferece ferramentas poderosas para desconstruir mitos como o do Natal e liberar o indivíduo das cadeias do dogma. O praticante pode utilizar simbolismos pagãos e alquímicos para reverter a manipulação religiosa e recuperar sua soberania espiritual. Um exemplo prático:
Ritual do Renascimento Livre
- Objetivo: Dissolver as crenças impostas e resgatar sua conexão com narrativas espirituais genuínas.
- Material: Uma vela branca (simbolizando a luz interior) e uma folha de papel.
- Processo:
- Escreva no papel os mitos que deseja rejeitar, como "pecado", "culpa" ou "medo do divino".
- Queime o papel enquanto visualiza esses conceitos se dissolvendo.
- Repita: "Eu renasço em liberdade. Minhas crenças são minhas e soberanas."
Conclusão: Desmantelando a Farsa do Natal
O Natal, com sua narrativa de nascimento virginal e milagres cósmicos, é um mosaico de adaptações e apropriações de tradições pagãs, moldado para consolidar a hegemonia cristã. Reconhecer essas origens e contradições é um ato de empoderamento, uma forma de transcender o dogma e celebrar a liberdade espiritual.
A magia do caos, como ferramenta de desconstrução, nos lembra que podemos reescrever nossas narrativas e escolher os símbolos que melhor representam nossa jornada. O verdadeiro renascimento não está em uma manjedoura fictícia, mas na coragem de rejeitar o que nos aprisiona e abraçar a infinita criatividade do caos.
por Zair Amyst
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