Wicca, Gênero e o Caos: Quando a Tradição Encontra a Entropia


Ah, a Wicca.

Aquela religião moderna que prometia ser o refúgio espiritual para os desiludidos com dogmas patriarcais. Com sua reverência à natureza, celebrações sazonais e dualidade divina, parecia o paraíso para quem buscava uma espiritualidade mais inclusiva. Mas, como qualquer bom ritual sabe, o diabo está nos detalhes — ou melhor, nas entrelinhas da tradição.

O Dilema da Dualidade

A Wicca tradicional — sobretudo suas vertentes Gardneriana e Alexandrina — ainda repousa pesadamente sobre os ombros de uma estrutura binária: Deus e Deusa, masculino e feminino, sol e lua. Essa estrutura, que parece apenas simbólica, tem consequências muito reais.

Em 2022, uma “Declaração da Wica Gardneriana Tradicional” assinada por 47 praticantes foi publicada, afirmando que os rituais devem ser realizados entre "homens e mulheres biológicos". Isso mesmo. Em pleno século XXI, decidiram que a espiritualidade tem genitais e que o sagrado se mede entre pernas, não entre corações ou consciências.
Fonte? Está lá, na Wikipedia mesmo: Gardnerian Wicca.

Quando Inclusão é Só Marketing

Não é só na Gardneriana. A Dianic Wicca, fundada por Zsuzsanna Budapest, já virou sinônimo de exclusividade biológica. Em 2011, no PantheaCon, um ritual "apenas para mulheres biológicas" gerou protestos e escancarou uma velha realidade: a bruxa é livre... desde que seja do jeito que o coven aprova.

A resposta? Um sonoro "estamos apenas preservando a tradição". Claro. Porque a tradição, aparentemente, é mais sagrada que a alma humana.

A Resposta do Caos

É aqui que a Magia do Caos entra — como uma explosão necessária.
Sem amarras. Sem dogmas. Sem a necessidade de pedir permissão a um concílio espiritual cheio de regras arbitrárias.

Na Magia do Caos, não perguntamos se o praticante é homem, mulher, ambos, nenhum, ou outra entidade em transição alquímica. Perguntamos apenas:
Funciona?
Cria resultado?
Te liberta ou te aprisiona?

Com base no princípio de que "nada é verdadeiro, tudo é permitido", a Magia do Caos se recusa a ser mais um sistema de controle travestido de espiritualidade. Criada a partir das ideias de Austin Osman Spare e ampliada por nomes como Peter J. Carroll e Phil Hine, ela convida cada praticante a ser seu próprio sacerdote, seu próprio paradigma e seu próprio rito.

Bruxa ou Boneca de Tradição?

É curioso como alguns grupos Wiccanos querem manter a exclusividade do título de "bruxa" enquanto excluem justamente aqueles que mais encarnam o espírito da rebelião mágica: pessoas trans, não-binárias, queer, caóticos por natureza.

Se a magia não acolhe a multiplicidade do ser, então não é magia: é teatro ritual conservador.
Se um ritual depende de genitália para canalizar o divino, talvez seja hora de questionar se o que se está invocando é mesmo um deus — ou só o eco da própria insegurança.

O Xadrez Final

Enquanto a Wicca luta para entender se aceita ou não quem foge da binariedade, a Magia do Caos já passou dessa fase, evocando forças cósmicas com o mesmo vigor que desmonta crenças limitantes.
Afinal, no tabuleiro do ocultismo moderno, quem ainda insiste em jogar damas com peças de xadrez está fadado a ser ultrapassado por quem joga em múltiplas dimensões — ou cria seu próprio jogo.


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Por Zahir Almyst

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