Ritual de Defesa Energética com os Pantáculos de Marte e Saturno — uma adaptação Caótica da Clavícula de Salomão
Introdução: Entre a Tradição e o Caos
Este ritual de defesa energética não é uma mera repetição das fórmulas fossilizadas que repousam nos manuscritos medievais da Clavícula de Salomão; é uma reengenharia caótica, onde os símbolos clássicos são dilacerados e recombinados para servir ao magista contemporâneo.
A estrutura permanece: exorcismos, banimentos, pantáculos como âncoras simbólicas.
Mas o espírito... o espírito arde com a chama mutante da Magia do Caos, onde as palavras deixam de ser dogmas para tornarem-se vetores de vontade.
Não se trata de "respeitar" a tradição, mas de despedaçá-la com reverência, arrancando-lhe a medula para construir com ela um mecanismo operativo vivo, capaz de rechaçar vampiros espirituais, parasitas astrais, larvas psíquicas e magos hostis.
Fundamento: por que Marte e Saturno?
Na cosmologia oculta, Marte é o punho cerrado da defesa ativa; é o fogo bélico que repele e destrói.
Saturno é o anel que circunscreve, bloqueia, impõe limites e aprisiona.
Usamos ambos:
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Marte para expulsar, combater e dissolver a ameaça.
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Saturno para conter, restringir e selar o campo áurico.
Assim nasce este ritual: um círculo de chumbo orbitando uma lança de ferro.
Instrumentos: O que é necessário?
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Representação dos Pantáculos de Marte (Primeiro e Quinto) e Saturno (Primeiro e Segundo).
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Vela vermelha (Marte) e vela preta ou cinza (Saturno).
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Incenso de mirra e alecrim.
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Recipiente com água e sal (elemento de purificação).
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Faca ou athame.
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Opcional: espelho negro ou obsidiana.
Estrutura do Ritual
1. Purificação do Espaço e do Corpo
O ritual inicia com a purificação elementar — mas não nos moldes insossos do exorcismo tradicional.
Aqui, purificamos não para afastar o mal, mas para evocar o vazio primordial, onde apenas nossa vontade reina.
Pegue a água e diga:
"Eu dissolvo a membrana ilusória deste espaço.
Que a água consagrada se torne abismo,
E no abismo, minha vontade se firme.
Que toda sombra que não me sirva se evapore."
Aspersão em círculo.
Acenda o incenso e diga:
"Que a fumaça desintegre as larvas que sugam,
Que envolva em névoa aqueles que drenam,
E que a essência que resta seja apenas minha."
2. Traçado do Círculo Caótico
Com o athame ou o dedo médio, trace um círculo no ar ou no chão.
Mentalize o Primeiro Pantáculo de Saturno girando lentamente, como um planetóide negro, ao redor do espaço.
Diga:
"Saturno, Tu que traças limites,
Circunscreve meu ser com teu anel.
Que nenhuma entidade, parasita ou vampiro, atravesse esta muralha de chumbo."
Visualize uma esfera cinzenta, espessa, formando-se à sua volta.
3. Chamada de Marte: a Defesa Ativa
Coloque a vela vermelha à sua frente.
Segure o Primeiro Pantáculo de Marte ou visualize-o flutuando, incandescente.
Diga:
"Marte, lâmina e escudo,
Que teu fogo me vista,
Que tua fúria se projete.
Todo vampiro que se aproxime, queime;
Toda larva que se insinue, desfaleça."
Elevação do tom:
"ELOHIM GIBOR!
Em teu nome, corto os tentáculos que me sugam,
E abro caminho pelo campo de batalha espiritual."
Visualize fios negros, cordões e presenças sendo dilaceradas, reduzidas a cinzas.
4. A Chama da Expulsão
Agora, diante da vela vermelha, segure ou visualize o Quinto Pantáculo de Marte — uma roda de fogo.
Mentalize as presenças drenantes — visíveis ou invisíveis — sendo arrastadas para o centro desta roda e incineradas.
Diga:
"Que a roda gire e consuma,
Que o fogo purifique e expulse,
Que o meu sangue psíquico me pertença, e a mais ninguém."
Faça um gesto firme de corte no ar, selando a expulsão.
5. A Barreira Final de Saturno
Com a vela preta acesa, segure o Segundo Pantáculo de Saturno ou visualize-o.
Imagine anéis sobrepostos, como labirintos infinitos, se condensando ao seu redor.
Diga:
"Saturno, tu que bloqueias e restringes,
Sela meu campo, fecha minhas frestas,
Que nenhum parasita atravesse esta muralha."
Respiração profunda.
Sinta a solidez da barreira — pesada, densa, absoluta.
6. O Encerramento: O Selo da Vontade
Una as mãos sobre o peito e afirme:
"Por Marte e Saturno,
Por fogo e chumbo,
Por expulsão e contenção,
O meu campo está selado,
O meu sangue é meu,
O meu poder é meu."
Visualize o círculo brilhando intensamente, e então se dissolvendo, deixando apenas a sua presença imperturbável e íntegra.
Notas Místicas: Por que este ritual funciona?
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Porque manipula símbolos arquetípicos com intenção consciente.
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Porque se ancora na força milenar da Clavícula de Salomão, mas a transforma em uma ferramenta do Caos: flexível, adaptável, libertária.
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Porque não teme o vampiro: o consome antes de ser consumido.
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Porque compreende que toda defesa é, na verdade, uma afirmação brutal de existência.
Indicações práticas:
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Realizar semanalmente, ou sempre que sentir assédio energético.
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Pode ser adaptado para proteger ambientes (consultórios, casas, templos).
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Os pantáculos podem ser desenhados, impressos ou apenas visualizados com clareza — o mais importante é a potência da intenção.
Advertência Caótica:
Este ritual é uma adaptação livre, não litúrgica.
Não visa "reproduzir" a Clavícula de Salomão, mas dissolvê-la e recriá-la.
Aqui, a tradição não é um altar a ser venerado, mas um cadáver a ser esquartejado e remontado — como todo bom magista do Caos sabe fazer.
O Sigilo Final: Condensador e Catalisador do Poder
Para aqueles que desejam transcender a volatilidade da operação mágica e criar um núcleo permanente de proteção, apresento este sigilo condensado, uma síntese viva dos aspectos arquetípicos e funcionais dos pantáculos de Marte e Saturno.
Este sigilo, traçado com inspiração direta nos estilemas medievais da Clavícula de Salomão, incorpora:
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O escorpião, como arquétipo da defesa que fere ao ser atacada.
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O complexo simbólico de Saturno, limitador, bloqueador, selador.
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A força ígnea e bélica de Marte, para expulsar, repelir e destruir.
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Os símbolos dos cinco elementos — Terra, Fogo, Ar, Água e Éter — para garantir que a defesa atue em todos os planos e dimensões.
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O conjuro em hebraico, atuando como mantra selante e vínculo vibracional com as forças protetivas arquetípicas, condensando a intenção em linguagem sagrada.
Como usar este Sigilo no Ritual:
Durante a execução do Ritual de Defesa, ao final de todas as operações — após o traçado do círculo, a invocação de Marte e a contenção com Saturno —, posicione o sigilo à sua frente ou sobre o altar.
Contemple-o profundamente, permitindo que sua estrutura simbólica se grave no campo astral e se imprima em seu inconsciente.
Então, pronuncie — ou apenas mentalize — o conjuro hebraico que o circunda, com a respiração controlada, como quem infunde no próprio sangue a estrutura do selo:
"Hoshi'ah ve'hatzil ve'hagen alai mitzarav, ezreni ve'tzileni mi'gezarot raot ve'ngifot ve'nachashim arsi'im."
(Salva-me, livra-me e protege-me dos meus opressores; auxilia-me e guarda-me de decretos malignos, pragas e serpentes venenosas.)
Talismã Condensador e Catalisador
Após o ritual, o sigilo deve ser mantido como um talismanum, atuando como:
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Condensador — perpetuando e estabilizando a energia gerada durante o ritual.
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Catalisador — acelerando e intensificando a ação protetiva quando exposto a situações de risco ou contato com vampiros espirituais.
Pode ser:
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Usado em sua forma física — como desenho, objeto, insígnia.
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Visualizado mentalmente — como selo psíquico de ativação instantânea em momentos de necessidade.
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Reativado ritualmente — sempre que se desejar reforçar ou ampliar o campo protetivo.
Advertência final:
Este não é um símbolo passivo: é uma estrutura ativa, uma máquina simbólica que se alimenta da intenção e da prática.
Deve ser tratado com respeito e compreensão, não como um ornamento, mas como um ser simbiótico, que amplia o poder do magista e se nutre dele.
Ao integrar este sigilo ao seu arsenal, você não apenas cria uma defesa, mas forja um instrumento de soberania espiritual, afirmando sua posição como aquele que não teme o vampiro, mas que o repele, o consome e o transcende.
Conclusão:
Neste ritual, você se torna o guardião do próprio sangue psíquico.
Não é mais um corpo vulnerável diante das forças que sugam, mas um bastião armado, selado entre o fogo de Marte e os anéis de Saturno.
Aqui, a defesa não é recuo:
É afirmação.
É potência.
É existência total.
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