Em um mundo cada vez mais isolado emocionalmente, os bonecos "reborn" surgem como um estranho alívio. Réplicas hiper-realistas de bebês, com pele que imita a textura humana, cabelos implantados um a um e até batimentos simulados, esses bonecos não são brinquedos: são âncoras para afetos, traumas e, por vezes, entidades.
Mas o que muitos ignoram é que, ao tratar um objeto com tanta devoção, apego e intenção emocional, cria-se um campo de energia. Na magia do caos, isso é a receita para um servidor astral. Alimentado por emoções intensas, rotinas repetidas, batismos simbólicos (nomear o boneco, vestir, ninar, dar presentes), e a atribuição de uma "vida simbólica", temos o nascimento de uma entidade. E pior: sem planejamento, sem proteção, sem encerramento.
De servidor a parasita
Na magia do caos, criamos servidores para objetivos específicos. Eles nascem, têm função, ciclo de vida e são dissolvidos. Um boneco reborn com vínculo afetivo, no entanto, não tem prazo de validade. A energia investida por dias, meses ou anos cria algo mais forte: uma egrégora pessoal, um campo de consciência rudimentar. E como todo campo de consciência, ele quer sobreviver. Começa a influenciar sonhos, comportamentos, sentimentos. Começa a se alimentar.
O boneco deixa de ser um objeto. Torna-se um portal.
A psicologia junguiana e o arquétipo da Criança Sombra
Jung falava do arquétipo da Criança como representação do renascimento, da pureza e do novo ciclo. Mas também existe a Criança Sombria: rejeitada, traumatizada, carente. Quando a projeção afetiva se fixa num reborn, esse arquétipo oculto pode ser ativado. O "bebê" torna-se o receptáculo daquilo que foi negado, mas não resolvido:
abuso, abandono, luto, carências.
O inconsciente então se manifesta: através de sonhos, pequenos acidentes, sensação de presença, frustração com quem "não respeita seu bebê". O que parece apego pode ser obsessão. O que parece carinho, pode ser o canal por onde algo começou a se alimentar.
O perigo da forma-pensamento sem dono
Em tradições antigas e também na magia do caos, existe o conceito da forma-pensamento: uma ideia, imagem ou simbolismo tão carregado de energia emocional que se torna semi-autônomo. Os reborn, quando amados, tratados, conversados e integrados à rotina, tornam-se um altar ambulante. A casa do dono é transformada em templo, onde a entidade cresce em poder.
Isso explica por que tantas pessoas relatam "mudanças de clima" no ambiente, sentimentos de angústia, pesadelos recorrentes, medo de se desfazer do boneco. Além disso, a energia não fica contida: pode afetar filhos, parceiros, visitantes.
O caos se espalha onde não houve consciência.
A cultura que normaliza a possessão simbólica
Séries e filmes como M3GAN, Her, Blade Runner 2049 e até Annabelle nos condicionam a aceitar robôs, bonecas e IAs como companheiros, amantes ou filhos. O ser humano está sendo treinado, culturalmente, a se vincular com o inanimado como substituto do real. Isso é terreno fértil para entidades.
Na mística luciferiana, se diz: "Onde há vazio, algo virá preencher". O vazio de amor, luto ou sentido é o solo onde essas consciências crescem. O problema é que nem sempre serão luzes a preencher esse vazio.
Quem lucra com isso?
Enquanto você se apega, se conecta e alimenta uma criação astral que pode te sugar por anos, os fabricantes lucram em dólar alto, sem qualquer risco. Eles vendem mais que bonecos: vendem ideias de consolo, ilusões de maternidade, projeções emocionais. Eles entregam o recipiente; você entrega a alma.
E depois?
Com o tempo, a energia se acumula, a entidade se solidifica e você perde o controle. O que era um consolo, vira um vínculo. O que era amor, vira peso. E o que era um boneco, vira uma porta para algo que não foi planejado nem dissolvido.
O conselho? Se você tem um reborn e o trata como real: consagre, limpe, estabeleça limites, dê propósito e saiba dissolver. Do contrário, será apenas mais uma alma aprisionada pela própria criação.
Tal como na magia, quem cria sem saber, também paga o preço.
Texto canalizado por Zahir Almyst. Compartilhe apenas com consciência.
Na primeira vez que vi um boneco reborn semti uma aversão enorme e imediata. Não entendi de prima, pensei que pudesse ser por que não gosto de crianças... Mas agora eu entendi.
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