É curioso observar como a humanidade se apega às suas crenças com unhas e dentes, como se fossem rochas inamovíveis em um mar de dúvidas. Ateus zombam de quem pratica magia, chamando de superstição medieval. Cristãos defendem a Bíblia como a suprema verdade, desprezando outras culturas como "paganismo". E, no meio disso tudo, surge a pergunta incômoda: e se todas essas crenças forem apenas ferramentas de controle, forjadas por quem detém o poder?
A Bíblia, frequentemente tida como “a palavra divina”, é na verdade um produto do império humano. Imagine só: um livro que sobreviveu porque foi abraçado pelo maior império do mundo antigo, o Romano. Eles dominaram não apenas territórios, mas consciências. Por que a Bíblia é “a verdade” e não o Enuma Elish, por exemplo, uma rica crônica suméria que nos conta histórias sobre a criação do mundo e as forças primordiais? Ah, claro, porque o cristianismo teve o peso da espada romana para silenciar culturas rivais e apagar a validade de suas narrativas.
E para os ateus? Aqueles que levantam a bandeira da razão como se fosse a única alternativa ao dogma. Acham risível acreditar em forças mágicas, mas depositam fé absoluta em fenômenos invisíveis como a gravidade ou o Wi-Fi. Não vêem o paradoxo? Substituíram o púlpito pela ciência e chamaram isso de progresso, mas não notam que ainda estão presos ao mesmo hábito: acreditar em algo que não compreendem por completo. A diferença é que eles chamam isso de “fato”.
A magia, para muitos, é o grande ponto de ridículo. Mas, ironicamente, nada poderia ser mais democrático. Diferente de sistemas de crenças que exigem intermediários — padres, pastores ou cientistas —, a magia convida à experiência direta. Você não acredita? Experimente e veja por si mesmo. É um ato de coragem: moldar sua realidade, não pela força da espada ou da imposição alheia, mas pela sua própria intenção. A magia não pede crença cega, só prática. O que, para muitos, é aterrorizante.
Mas por que questionar essas estruturas é tão desconfortável? Porque mexer com crenças é como cutucar um ninho de vespas emocionais. Cristãos se sentem agredidos se você questiona a divindade da Bíblia, mas não hesitam em chamar de “blasfêmia” as práticas alheias. Ateus zombam de quem encontra sentido no invisível, enquanto confiam em partículas que jamais viram. Todos defendem suas certezas como castelos, esquecendo que foram construídos sobre as ruínas de culturas inteiras que perderam a guerra narrativa.
Então, qual é o ponto? A Bíblia é uma ferramenta de controle, não um manual cósmico. O ateísmo é tão dogmático quanto a religião que critica. E a magia, essa velha renegada, continua aqui, desafiando a tudo e a todos. Porque ela não precisa da sua crença — só do seu ato. A verdadeira liberdade começa quando você para de buscar certezas entregues de bandeja e começa a questionar o que foi colocado em sua mente.
Afinal, você acredita porque sente ou porque disseram para você acreditar?
Zahir Almyst
Mestre das Artes Ocultas e Explorador de Verdades Proibidas
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